Leitura e escrita: (res)significando

Leitura e escrita constituem-se o centro das práticas educativas em nossa cultura escolar, transformando-se em verdadeiros instrumentos para a promoção do aluno ou para legitimar o seu fracasso. Por outro lado sabemos que um dos processos de integração da criança na escola se dá através da aquisição da leitura e da escrita. É preciso entender e colocar em prática o processo de aquisição da leitura e escrita, levando aos nossos alunos, leituras interessantes que produzam uma identificação com suas vivências diária.

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997, p. 53) leitura é:

[…] É um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de construção do significado do texto, a partir dos seus objetivos, do seu conhecimento sobre o assunto, sobre o autor e de tudo o que sabe sobre a língua. Não se trata apenas de extrair informações da escrita, decodificando-a, letra por letra, palavra por palavra. Trata-se de uma atividade que implica, necessariamente, compreensão na qual os sentidos começam a ser constituídos antes da leitura propriamente dita. Qualquer leitor que conseguir analisar sua própria leitura constatará que a decodificação é apenas um dos procedimentos que utiliza quando lê.

A leitura é uma fonte de conhecimentos que servem de grande estímulo e motivação para que a criança goste da escola e de estudar. O espaço de construção da leitura é um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo, a partir dos seus conhecimentos.

É importante perceber que ler não se limita, ao “deciframento” de códigos alfabéticos, e escrever não é apenas copiar, pois o indivíduo pode ser considerado letrado, mesmo que não tenha adquirido o código escrito, ou seja, as habilidades de leitura e de escrita de uma língua. É papel da escola, alfabetizar os alunos num contexto letrado levando em conta as práticas sociais de leitura e de escrita em suas vidas cotidianas, realizadas dentro e fora do ambiente escolar.

A partir da ideia de que a leitura é uma prática social, concebe-se o leitor não como um mero decodificador, mas como alguém que assume um papel atuante na busca de significações. É valido ressaltar que as crianças já têm conhecimento dos fatos, o ensino vai apenas norteá-las levando-as a desenvolver as capacidades a partir do momento que se inicia a vida escolar. Segundo Freire (1982, p. 11): “A leitura de mundo precede a leitura da palavra”. Isso significa que a capacidade do leitor não está vinculada apenas à decifração de sinais, mas, sobretudo à capacidade de dar sentido a esses sinais e compreendê-los.

Referencias:

BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Introdução. Brasília/ DF: MEC, SEF, 1997.

FREIRE, Paulo. Educação: O sonho possível. Rio de Janeiro: Graal, 1982.