A palavra escola origina-se do grego (scholé), que significa lugar do ócio. Faz-se necessário considerar que, na Grécia Antiga (776-323 a.C.), somente as pessoas que tinham condições sócio econômicas e tempo livre (decorrente da situação abastada) que se reuniam na scholé para pensar e refletir.
Pensando a escola como um todo, é possível observar, sem muito esforço, que a construção da sua própria identidade apresenta-se como um dos grandes desafios atuais.
As mudanças são necessárias em seu cotidiano; sentimentos de frustração, de monotonia requerem e gritam por mudanças urgentes. Em outros termos: os elementos limitadores e contraditórios no ensino escolar clamam por sua superação, no sentido de construir alternativas que visem a melhoria da escola contemporânea. Que visem uma Educação de qualidade.
A escola pode constituir-se em espaços para o debate, para reflexão, para a produção… para ações transformadoras. Porém, como atingir esse estágio, é um pergunta frequentemente.
Neste sentido, não há como repensar a escola sem pensar o papel do professor dentro de seu espaço pois todo o professor tem sua prática sendo possível refletir sobre ela; essa prática pode, inicialmente, ser “objeto” de debate. Afirma Kincheloe (1997, p.37) que é eminentemente necessário ao professor “pensar o seu pensamento”, investigar a natureza e a constituição do seu próprio pensar, pois “lembrar quem somos e onde estamos implica a habilidade de fazer escolhas críticas”. Dentro desse contexto, Sacristán e Gómez (1998, p. 10) afirmam: “A utilidade do pensamento consiste em possibilitar a elucidação de problemas, mostrar contextos, fundamentar alternativas e valorizar retrospectivamente a prática”. Para que haja mudanças efetivas na prática docente é preciso mudar a própria prática, pois “[…] sem mudanças no pensar o agir permanece inalterado” (EDNIR, 2006, p. 15). Fazemo-nos educadores, educando. Investigar a prática é orientar e re-orientar conscientemente nossas ações (práxis). Segundo Paulo Freire, “não há docência sem discência”(FREIRE, 2000, p.23).
Sabemos que as ações no cotidiano escolar não são neutras e que a Educação de qualidade precisa de um modelo de escola que atenda a sociedade atual. É preciso um modelo novo, com base na sustentabilidade, visando conhecimentos e habilidades necessárias para promover o desenvolvimento sustentável, inclusive, entre outros, por meio da educação para o desenvolvimento sustentável e estilos de vida sustentáveis, voltada aos direitos humanos, igualdade de gênero, promoção de uma cultura de paz e da não violência, cidadania global e valorização da diversidade cultural e da contribuição da cultura para o desenvolvimento sustentável, só assim teremos uma escola transformadora, uma qualidade na educação
Uma educação de qualidade começa na Educação Infantil, perpassa pelo Ensino Fundamental, abarcando todos os processos de ensino. Novas realidades almejadas sempre têm início com a transformação desencadeada no momento presente. Nas palavras de Freire (1984, p. 12) “A gente não pode só viver o hoje e nem pode viver só o amanhã que a gente sonhou: é preciso saber que o amanhã só se faz na transformação do hoje. É mudando o hoje que vou criando o amanhã. E ninguém chega ao amanhã, senão refazendo o hoje”.
Fonte bibliográfica:
EDNIR, M. et al. Mestres da mudança: liderar escolas com a cabeça e o coração. Porto alegre: Artmed, 2006
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 16. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2000.
KINCHELOE, J. L. A Formação do Professor como compromisso Político: mapeando o pós-moderno. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.
SACRISTÁN J. G. e GÓMEZ A. I. P. Compreender e transformar o ensino. 4. ed. Porto Alegre: ArtMed, 1998.